terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Intersustentabilidade











Paradigma da Bolha de Sabão

Como podemos avaliar conjuntamente o impacto social, ambiental e econômico de nossas escolhas diárias se não dispomos de indicadores para isso? Ciente da complexidade que é não apenas definir, mas sobretudo alimentar indicadores em qualquer atividade, proponho um conceito que coloque em perspectiva os três impactos a um só tempo, capturando perdas e ganhos parciais assim como o saldo final de nossas escolhas, de produção e de consumo. Batizo a proposta de Paradigma da Bolha de Sabão e parto da problematização do termo sustentabilidade. O que está em jogo quando o assunto é sustentabilidade é a preservação do homem e também de um número incalculável de espécies. A cultura dominante se encarregou de centralizar o homem e suas instituições. Isso colocou a natureza a serviço de ambos. A boa notícia é que, se aceitamos que o homem é dotado de vontade e consciência, logo está apto a rever valores e formular práticas que revertam processos degenerativos nos âmbitos social, econômico e ambiental. É preciso para tanto que adotemos soluções que abracem o problema de maneira sistêmica. A premissa de saída é que somente a transdisciplinaridade conseguirá capturar a interdependência de fatores tão complexos e determinar se a intersustentabilidade é factível ou um sonho tardio. O embate tem que ceder ao debate para superar interesses historicamente conflitantes. É por isso que o projeto precisa contar com um time composto interdisciplinar (sociólogo, economista, ambientalista, filósofo, educador, financista e designer) para pensar os indicadores e estabelecer suas inter-relações. Outro ponto fundamental para o sucesso do modelo é falar ao cidadão comum, no sentido do não especialista, do não militante. Diante de tanta publicidade sobre o tema, o indivíduo tende a assumir uma posição de espectador, de torcedor apenas. Agora, se cada indivíduo for capaz de se ver implicado no problema, estará dado o primeiro passo para que ele faça parte da solução.

Copo descartável ou reutilizável?

Um exemplo do dia-a-dia demonstra como as pessoas estão desassistidas de indicadores que revelem a interdependência e multi-impacto dos seus atos de produção e consumo. O que é mais sustentável na hora de beber água? Do ponto de vista ambiental, o senso comum aponta para o reutilizável, mas já se considerou o impacto do detergente e da água para lavar o copo? E de um ponto de vista intersustentável? Qual dos dois produtos emprega mais, proporciona melhores condições de trabalho, além de emitir menos CO2 para produzir, distribuir e reciclar? Como seria possível consolidar números tão dispersos e fragmentados? Como ajudar as pessoas a fazer suas escolhas?

Descentralizando o homem, centralizando a vida

O centro de gravidade do sistema econômico é o lucro, é em torno dele que seus agentes giram. O econômico impacta, positiva e negativamente, os dois outros sistemas, ambiental e social, mas seu objetivo é, simplificadamente, o lucro. O centro de gravidade do sistema social é o bem-estar, que tem seu conjunto de indicadores. As atividades desse sistema também geram perdas e ganhos nos sistemas econômico e ambiental, mas sua meta prioritária é o bem-estar social. O meio ambiente, por sua vez, gravita em torno das atividades de preservação da biodiversidade. Também o meio ambiente serve a ganhos e perdas socioeconômicas. A proposta do indicador de intersustentabilidade é descentralizar esses sistemas. Por essa perspectiva, cada sistema vira um sub-sistema com sua, digamos, intrasustentabilidade, mas reconhece que é interdependente de um sistema maior. O centro de gravidade desse macrossistema se torna o produto das atividades da tríade, indicando tanto o nível de intrasustentabilidade de cada sub-sistema quanto o nível de intersustentabilidade do macrossistema.

A alegoria da bolha de sabão

O Paradigma da Bolha de Sabão propõe um novo olhar para a questão da sustentabilidade, apropriando-se da bolha de sabão como metáfora do caráter frágil, incontrolável, transitório e interdependente dos indicadores que procura construir. O modelo evoca a técnica e a intervenção humana (representadas pela química do detergente) associadas aos elementos da natureza (água e ar) para a produção e multiplicação das bolhas. Seus atributos são a transparência, a coloração de matiz nuançado, a circularidade e a propriedade de se tornarem mais fortes quando juntas. Por fim, a bolha de sabão representa a polissemia e ambivalência da cultura.
Bolhinhas de sabão podem se formar pelo ato de banhar o bebê e servir ao estudo da atração das moléculas, mas também causar danos ambientais. Cabe ao indivíduo decidir como administrá-las.

Se é visível, existe

A primazia da imagem como legitimadora da existência e aceleradora da aprendizagem impõe criar um Simulador Gráfico de Intersustentabilidade que demonstre visualmente os três desenvolvimentos se afetando mutuamente e relativizando seus ganhos individuais, funcionando como uma espécie de “conscienciômetro” que evita juízos apressados e hierarquizantes e nutre o pensamento e a prática ecossistêmica em toda a sua plenitude.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Curta "Daddy-O"













Esse curta documental se aproxima de uma relação entre pai e filho. Emerson Fittipaldi e seu filho, Luca, relebram o acidente que sofreram de ultraleve em 1997. Aos poucos vão deixando as lembranças dos fatos darem lugar a impressões sobre o tempo, fé, memória e sentimentos. Direção de Hamilton Corrêa e Co-direção de Juliana Di Grazia e Moara Passoni.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Piloto para TV
















Piloto de uma série de TV, conta a trajetória de pessoas que se dedicam a programas sociais voluntariamente. O que se descobre é que o "retorno sobre o investimento" de tempo e talento dessas pessoas vem na forma de uma satisfação incalculável. O programa piloto contou a bonita história do professor de Aikido José Roberto Bueno e seu projeto Ação Harmonia que levou Aikido à comunidade do Jardim Jacqueline, zona sul de São Paulo. A marca do programa (identidade visual e nome) foi uma criação da Vanessa Pasquini e produção da Cinéma Produções. Argumento, roteiro e co-direção Hamilton Corrêa.